sábado, 31 de maio de 2014

Mafalda e a Cultura


       


Cultura, que vem do latim colere e significa cultivar, é um conceito de várias acepções. Genericamente a cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é. Definições de cultura foram realizadas por Edward B. Tylor, Ralph Linton, Leslie White, Clifford Geertz, Franz Boas, Malinowski e outros cientistas sociais. Em um estudo aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram pelo menos 167 definições diferentes para o vocábulo cultura. E este termo ainda irá adquirir outros tantos significados e influências, tendo em vista que o ser humano e os seus modos de pensar e de agir no mundo se modificam com o passar dos tempos, ao longo de seu desenvolvimento inerente.

Por de frente com a sociologia.




                    A classe operária vai ao paraíso
Dirigido por Elio Petri
A Classe Operária Vai para o Paraíso é um filme exemplo de reclamação de cinema, neste caso, as condições de trabalho em fábricas através da história de um modelo de trabalhor. Lulu é um operário padrão que desperta a ira dos colegas devido a sua alta produtividade, servindo de exemplo pela direção da empresa. Depois de sofrer um acidente de trabalho, rebela-se contra a fábrica em que trabalha e se aproxima de líderes estudantil radicais. O processo de engajamento político do operário é acompanhado de conflitos familiares, questionamentos sobre a vida de operário e pelos constante presença de sindicalistas e estudantes na porta da fábrica discursando para os trabalhadores..


          A caracterização do filme dá-se em várias vertentes abordando, por exemplo, produção de mais-valia relativa (inovação técnico-organizacional do capital) conceito esse estudado por Marx, desvalorização da força de trabalho como mercadoria, degradação do trabalho vivo (saúde do trabalhador) e resistência contingente e necessária do proletariado. Além disso, este filme retrata a precariedade do trabalho e como funcionou na época os preceitos do capitalismo global. 
          
          Ótima dica para se assistir neste fim de semana 30 dias depois de comemorado o dia do trabalhador. 


Referência: http://cinepovo.blogspot.com.br/2011/07/classe-operaria-vai-ao-paraiso-1971.html;
http://www.canal6editora.com.br/educacao-1/analise-do-filme-a-classe-operaria-vai-ao-paraiso-v-13.html;


Por de frente com a sociologia.


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Apontamentos sobre Evolução e Concepção do Trabalho



O trabalho é uma das formas do homem atuar sobre o mundo, e ele o faz de várias formas. A concepção de trabalho, porém, sofreu alterações com o passar dos anos. O significado etimológico da palavra trabalho mais aceito na atualidade, apesar das várias hipóteses e debates, tem suas origens no vocábulo latim tripalium, que consistia em um cavalete de três paus, usado para ferrar cavalos, e também como instrumento de tortura sobre os escravos, já que nas sociedades antigas e escravagistas o ócio era sinônimo de vida digna e feliz, e o trabalho era indignificante. Assim, a origem da palavra demonstra sociologicamente através dos tempos, uma tradição de atribuir-se ao vocábulo, valores, ora depreciativos, ora penosos, significando fadiga, esforço, sofrimento, encargo, em suma, valores negativos, dos quais se afastam os mais afortunados.

Seguem algumas considerações sobre o trabalho:

“O trabalho é um termo ambíguo e complexo, significa uma atividade física e intelectual; um ato compulsório, mas também um ato de criação que constitui uma fonte de desenvolvimento e satisfação; é um meio de subsistência, mas ao mesmo tempo, uma forma de autorrealização e fonte de rendimento, de estatuto, de poder e de identidade. No entanto, frequentemente, as definições ignoram essa ambiguidade e complexidade”. (KOVÁCS, 2002, p. 1)

“Considerando que o trabalho ocorre quando o homem transforma a natureza (matéria-prima) por meio da técnica, as sucessivas revoluções tecnológicas do séculos XIX e XX tiveram impacto direto sobre o modo de o homem se organizar e perceber sua relação com a esfera do trabalho. Porém essas mudanças não ocorrem de maneira homogênea, elas tendem a compor um mosaico cada vez mais complexo para a compreensão de como ocorre e qual a importância adquirida pelo trabalho na sociedade contemporânea. Tal diversidade multifacetada dá margem a variadas formas de analisar, problematizar e legislar as relações que, por meio do trabalho, são tecidas no meio social”. (OLIVEIRA e PICCININI, 2011, p. 205)

“O trabalho – que é a ação transformadora do homem sobre a natureza – modifica também a maneira de pensar, agir e sentir, de modo que nunca permanecemos os mesmos ao fim de uma atividade, qualquer que ela seja. É nesse sentido que dizemos que, pelo trabalho, o homem se autoproduz, ao mesmo tempo em que produz sua própria cultura”. (ARANHA, 1996)

“O trabalho é, em primeiro lugar, um processo entre o homem  a natureza um processo integrado no qual o ser humano faculta, regula e controla a sua forma material com a natureza através de sua atividade... Ao atuar sobre a natureza externa a si, modificando-a, o ser humano modifica simultaneamente sua própria natureza [...]” (MARX, 1979, p. 118).



Encontrei dois vídeos bem interessantes de uma professora dando uma aula para adolescentes, que explanam bem sobre a transformação gradual das várias concepções de trabalho. Ela explica a relação do homem com a natureza, permeada pelo trabalho, através das visões antropológica e sociológica. É uma apresentação da evolução das formas de trabalho, da antiguidade até os dias atuais, com a professora cenecista Cleide Aparecida Martins. Abaixo seguem os links:

Sociologia - A Relação Homem, Natureza e Trabalho - Parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=7KnL1gPU_L0

Sociologia - A Relação Homem, Natureza e Trabalho - Parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=iNtd5C-kI0g

Abraços,




Por Anie Barrios
                                                                                                                                         

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Controle Cultural


Diversos elementos de controle cultural estão inseridos em nosso dia a dia. É comum nos depararmos com a generalidade de certos hábitos.  Mesmo que não se entenda o sentido por trás de determinados hábitos e ações, é comum que as pessoas os adotem simplesmente por convenção. Analisando sobre esse assunto, gostaria de mencionar um curta de apenas 8 minutos, de Marcos Magalhães, do ano de 1981, na qual Magalhães seleciona alguns aspectos de nossas experiências culturais, que, por meio do filme, demonstra o quão inseridos em nossa cultura, certos elementos acabam se tornando.

O curta apresenta a periferia de uma grande cidade, grandes edifícios,com o som  plin-plin da Rede Globo vindo dos apartamentos. Ouve-se buzinas de um trânsito caótico. Grandes construções que dão lugar a uma favela. Há carros de polícia e pessoas fugindo, quando por fim a panorâmica termina quando um gato, sentado no muro, ocupa o centro da tela. Logo, a imagem concentra-se no gato que mia calmamente. Esse gato recebe leite. Não satisfeito, insiste por mais. Como o leite termina, servem-no Coca- Cola, de inicio o gato não gosta, porem coagido e influenciado pelas propagandas, como também ameaçado pela violência, toma todo o conteúdo oferecido. O gato passa a tomar a bebida com prazer e mia pedindo mais. Quando tentam oferece-lhe novamente leite, ele rejeita. O gato dá um novo, insistente e irritante miado, acompanhado da legenda “MEOW”. A mão aparece novamente e pega o gato pelo pescoço. A imagem é congelada e entram os créditos do filme.

O ponto é que, os gatos são conhecidos por terem ‘’personalidade forte’’, porém, mesmo assim aceitou as pressões externas. Da mesma forma boa parte das pessoas tende a aceitar passivamente pressões externas, muitas nem percebidas, para que se adquira certos hábitos, ou se adote determinada conduta. E é assim que certos elementos culturais simplesmente permanecem.


Para assistir o curta:  


Para mais informações:

http://www.revistatxt.teiadetextos.com.br/03/mauricio.htm

Por Bruna Correa

sábado, 3 de maio de 2014

Dica para o fim de semana... 


Pão e Rosas
Dirigido por Ken Loach
          
          Ótima dica relacionado ao tema estudado nesta semana sobre cultura, o filme passa-se em Los Angeles, onde imigrantes mexicanos ilegais trabalham como faxineiros do turno da noite em um edifício de escritórios, por salários precários. Eles não têm assistência médica, nenhuma proteção trabalhista e ainda suportam um patrão abusivo. 


As irmãs Maya (Pilar Padilla) e Rosa (Elpidia Carrillo), mexicanas de sangue quente, trabalham no serviço de limpeza de um prédio comercial no centro da cidade. O destinou colocou Sam (Adrien Brody), apaixonado ativista americano, no seu caminho, o que as leva a uma campanha guerrilheira contra seus patrões. A luta ameaça seu sustento, a família e faz com que corram o risco de serem expulsas do país.
          Este filme ganhou três premiações sendo estas o Prêmio UIP de "Melhor Filme Europeu" no Festival do Rio BR 2000. Ganhou o Prêmio ALMA na categoria "Melhor Atriz Coadjuvante", para Elpidia Carrillo e Ken Loach foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes.
          Boa pedida para o fim de semana, além de aprimorarmos nosso acervo cultural.

Por de frente com a sociologia




sexta-feira, 2 de maio de 2014

Estranhamento cultural

Faz pouco mais de um ano que voltei do Reino Unido. Passei dois meses estudando em Londres e me hospedei em uma casa que ficava a apenas 40 minutos da mesma, Croydon. Fiquei morando com um casal jamaicano e, para minha sorte, eram muito acolhedores, o que facilitou a experiência de estar sozinha em um novo ambiente.
 A comida oferecida era, geralmente, muito mais apimentada do que as brasileiras (isso vale não só para a casa onde eu estava, mas também para toda a cultura britânica) o que não me agradou tanto quanto o chá inglês. Esse último é a bebida mais tradicional, composta de chá preto, leite, açúcar e creme. Deliciosa, apetece muito com o frio londrino e é muito bem-vinda acompanhada de bolos ou guloseimas em reuniões sociais.
Porém, os britânicos em si são pessoas muito "frias" ao olhar de um brasileiro: raramente conversam em meios de transporte, não aceitam atrasos e não dão muitos abraços ou beijos para cumprimentar os outros. No início, adorava o silêncio nos vagões de trem e o modo como eram rígidos com a pontualidade nos compromissos. Mas depois de um tempo, senti falta de um pouco mais de calor humano e carinho brasileiro que, por mais que tenha sempre achado que era bobagem, ficou evidente quando estive longe do país. 

Pretendo voltar, mas apenas quando estiver madura o suficiente para ficar mais tempo do que anteriormente.



Por Júlia Pagliari.